Cultura de cana-de-açúcar, São Paulo. Crédito da imagem, Tiago Iatesta.
Os rios voadores são correntes de ar que
transportam um imenso volume de umidade e de vapor d'água da
Amazônia até outras regiões do Brasil, como o Centro-Oeste, o Sudeste e o
Sul. Por incrível que pareça, a quantidade de água transportada
pelos rios voadores pode ser da mesma ordem de grandeza da
vazão do rio Amazonas - 200.000 m³/s -.
'Se preservamos a Floresta
Amazônica, nossa agricultura se desenvolve de maneira sustentável. No Brasil, o
meio ambiente deveria ser questão econômica', conclui.
A expedição Rios
Voadores faz parte do Brasil
das Águas, projeto que, desde 2003, busca
chamar a atenção do público para a saúde dos rios brasileiros.
'Rio voador', fenômeno real
cujo impacto tem muito significado em nossas vidas.
A necessidade de preservação
da floresta amazônica ganhou um apoio importante com os
resultados das pesquisas do projeto - 'Rios Voadores' -, realizado pelo
CPTEC, Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, em
conjunto com o CENA, Centro de Energia Nuclear na Agricultura. O
projeto tem o patrocínio da Petrobrás.
Em palestra, neste domingo, 18 de junho, no Parque dos
Atletas, o ambientalista suíço Gérard Moss, um dos pesquisadores,
afirmou que as árvores da Amazônia são fundamentais para a formação dos rios
voadores, um fenômeno invisível, mas de grande impacto para a
sustentabilidade da produção agrícola do Brasil.
Crédito da imagem, Tiago Iatesta.
Graças a esse fenômeno, o
Brasil é o campeão mundial de chuva, com 15.200 km³ de precipitações por ano, o
que, segundo Moss, é um dos fatores responsáveis pelo sucesso da
agricultura do país.
Ao contrário dos Estados
Unidos, onde a maior parte da irrigação se faz de forma artificial, no Brasil,
95% da produção agrícola é irrigada pelas chuvas.
O Projeto Rios Voadores. Um breve histórico.
Há três décadas, que uma
equipe de cientistas brasileiros, liderada pelo Prof. Eneas Salati, localizam
e estudam os rios voadores, mas somente agora, nesse início de
século, nasceu a ideia de aprofundar o estudo sobre o fenômeno.
Estudos recentes têm
mostrado uma ligação significativa entre o sistema climático amazônico e àquele
sobre a bacia do Prata. Poucos pessoas conhecem a existência do
transporte do vapor d’água por massas de ar que aqui chamamos de rios
voadores.
O volume de vapor de água
transportado por esses rios voadores pode ser maior que a
vazão de todos os rios do centro-oeste e ter a mesma ordem de grandeza da vazão
do rio Amazonas.
. Na
primeira fase do projeto, realizada entre 2007-2009, foram coletadas 500
amostras de vapor de água de várias regiões do Brasil, principalmente da
Amazônia. Estas amostras foram analisadas pelo CENA - Centro
de Energia Nuclear na Agricultura -, da USP, Piracicaba, SP.
. Na
segunda fase, que conta novamente com o patrocínio do Programa Petrobras
Ambiental, será possível avançar nos estudos, interligando os resultados das
análises com as condições meteorológicas regentes na hora da coleta. É um
trabalho complexo e a melhor forma encontrada para avançar nas pesquisas é
justamente unindo forças. A análise das amostras de água no CENA é
estudada com a forte colaboração da equipe no CPTec.
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