Com destino ao planeta Mercúrio, foi lançado nesta madrugada um foguete
Ariane 5, com duas sondas espaciais.
O lançamento ocorreu na base
de Kourou, na Guiana Francesa.
As
duas sondas irão tentar desvendar os mistérios do planeta rochoso mais interno
do nosso sistema solar.
As sondas, da missão BepiColombo, a bordo do foguete-lançador
europeu Ariane 5, percorrerão cerca de 9 bilhões de quilômetros num período de
tempo de 7,2 anos.
Alain
Doressoudiran, astrônomo do Observatório de Paris, disse, - “para
entender a formação da Terra é preciso esclarecer primeiro a formação dos
planetas rochosos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) em seu conjunto. Mas
Mercúrio difere de seus similares e não sabemos a razão”.
Para estudar esses mistérios,
16 instrumentos estão montados nas duas sondas, - uma da Agência Espacial
Europeia (ESA) e outra da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (Jaxa).
Mercúrio, com diâmetro de
4.879 quilômetros, - a Terra tem 12.756 -, é o menor do sistema. Especialistas
sugerem que seu tamanho pode ter sido determinado pelo impacto de um grande
objeto. Há uma cratera visível em sua superfície que deverá ser estudada pela
missão BepiColombo.
Como a Terra, Mercúrio é um planeta
que tem um campo magnético gerado por um núcleo líquido. Pelo tamanho do seu núcleo,
Mercúrio já teria que ter esfriado e solidificado, como Marte.
Segundo os cientistas, essa
provável anomalia, seria explicada pela presença de um elemento no núcleo que
teria impedido que o planeta esfriasse. Estudando seu campo de gravidade, as duas
sondas poderiam definir a composição e a estrutura do planeta.
Em Mercúrio, o calor alcança,
durante o dia, 430°C e durante a noite a temperatura cai, de forma abrupta, para
-180°C.
O planeta é o mais próximo
do Sol, 58 milhões de quilômetros (a Terra está a 149,6 milhões de quilômetros do
Sol). Então, "Mercúrio recebe diretamente os ventos solares", um
fluxo constante de partículas ionizadas que se deslocam a mais de 500
quilômetros por segundo, segundo Pierre Bousquet,
chefe do projeto da parcela europeia da missão. O grande impacto desses ventos,
- 10 vezes mais fortes que na Terra -, poderia ser estudado pelos
pesquisadores.
[crédito, ESA].
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